quarta-feira, 30 de março de 2016

Libertação e Obediência


"Eu sou o Senhor, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão." (Êxodo 20:2)

E foram essas as palavras que o Senhor falou antes de promulgar a Sua santa lei divina, os dez mandamentos.

Estas palavras estão carregadas de um sentido muito profundo e bonito, e certamente, podemos aplicá-las em nossas vidas, tomando como premissa o princípio de que a Palavra de Deus é viva e eficaz (Hebreus 4:12). Mas o que tornam estas palavras tão especiais?

O primeiro ponto, é o fato de que através desse texto, podemos entender que, além da lei de Deus ser perfeita, ela é justa!

Deus inicia os mandamentos lembrando ao povo que eles agora eram um povo liberto da opressão. Lembremos que, apesar da lei ser eterna, ela foi promulgada ao povo apenas após a saída do Egito. E isso tem um sentido muito importante, pois se o Senhor tivesse enviado a Moisés para o Egito para transmitir os dez mandamento antes da libertação, o povo poderia se negar a guarda-los justificando que sua situação precária em um regime de escravidão tornaria impossível a obediência a santa lei. E neste ponto, estariam certos, o que nos leva ao segundo ponto chave para nossa compreensão.

O ponto é que, um dos princípios fundamentais do Reino de Deus, escancarado neste versículo, é o de que Deus não nos pede que façamos algo para que depois Ele nos salve. A dinâmica do Reino é o contrário disso, pois Deus sempre nos liberta antes de nos chamar a obediência!

Deus nunca nos pedira para fazermos algo que Ele saiba ser impossível ao ser humano. Quero dizer, se Deus nos pedir que façamos algo, Ele primeiro nos capacitará para cumprirmos o seus chamado.

Por isso, Paulo nos diz que a lei é santa; e o mandamento, santo, e justo, e bom (Romanos 7:12). Portanto, assim como o Senhor libertou o povo da escravidão do Egito, os possibilitando de guardar Seus mandamentos, de igual modo recebemos a libertação dos poderes das trevas que nos escravizavam por meio do sacrifício de Cristo, e isso também nos habilita a obedecer e guardar os mandamentos de Deus, já que não somos mais escravos do pecado, a partir do momento em que aceitamos a Jesus como nosso Senhor (Romanos 6:1-14).

Essas são as boas novas, fomos libertos do Egito, e agora temos a liberdade de experimentarmos, através da obediência aos mandamentos, a boa, perfeita e agradável vontade de Deus. (Romanos 12:2).

Todavia, o mesmo Deus que nos liberta, nos deixa livres caso desejemos voltar a casa da servidão. E na época do Êxodo, não foram poucos os que desejaram voltar a terra da escravidão. Aliás, muitos infelizmente deram um jeito de levar o Egito em seu coração, e o destino destes foi realmente desastroso.

Não é difícil concluir que, entre ser escravo do faraó opressor, e entre ser servo do Senhor Jesus, a segunda opção é em disparado a melhor escolha! Por isso, eis aí o caminho da vida e da morte. Escolha pois a vida, para que vivas!

Graça e Paz!

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Raquel e os ídolos do lar

Boa tarde! Já faz alguns meses que não posto nada aqui no blog, mas isso não significa que desisti do espaço. A questão é que tenho plano de postar apenas quando acho que algo é realmente relevante.

No estudo de hoje, vamos analisar um episódio curioso da bíblia: o momento em que Raquel, uma das esposas de Jacó, rouba os idolos do lar de seu pai Labão. O texto diz assim:

"Tendo ido Labão fazer a tosquia das ovelhas, Raquel furtou os idolos do lar que pertenciam a seu pai". (Gênesis 31:19 - ARA)

Um pouco mais a frente, Labão percebe que foi roubado e passa a procurar desesperadamente pelos ídolos furtados.

A pergunta é: porque Raquel roubou os ídolos do lar de seu pai Labão?

Esses ídolos, chamados originalmente de terafim, eram pequenas estatuas feitas de madeira, argila ou
metais preciosos, e representavam divindades masculinas e femininas,
como demonstrado na imagem ao lado. Bom, a maioria dessas estatuetas representavam divindades femininas, e mediam entre 5 a 7,5 cm de largura (eram estatuas que cabiam no "bolso"). A maioria dessas estatuas femininas, representavam deusas da fertilidade, e a grandes chances de que um dos motivos de Raquel ter roubado estes ídolos era por conta de seu desejo por mais fertilidade (já que vivia em guerra com sua irmã Lia pelo domínio de seu marido Jacó). (Comentário Bíblico Adventista, vol, 1, pág. 413 e 414).

Outro motivo bem plausível, é o de que esses ídolos do lar davam ao seu possuidor a herança de tudo o que o seu antigo possuidor tinha (Bíblia de Estudo Arqueológica - p.52 - Editora Vida). Em outras palavras, o plano de Raquel era de que, roubando estes ídolos, ela teria direito a todos os bens de seu pai Labão, e por isso que o mesmo estava tão desesperado a procura desses ídolos quando percebeu que havia sido roubado.

Raquel, apesar de ter passado anteriormente por experiências reais, onde pôde sentir diretamente o poder e o cuidado de Deus em sua vida, ainda estava presa a suas antigas crenças e filosofias, presa ao seu antigo modo de pensar e agir, presa em suas antigas inseguranças e medos, e demonstrou não confiar no cuidado e amor de Deus para com ela e sua família.

Essa realidade pode muito bem fazer parte de nossas vidas, pois corremos o risco de conhecer ao Senhor e não nos desapegarmos de nosso antigo estilo de vida e maneira de pensar. O mais seguro, é confiar e atender o apelo divino, que nos diz:

"Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus." (Romanos 12:2 - NVI)

Espero que este estudo tenha ajudado a você a aprender um pouco mais sobre a Palavra de Deus e tenha edificado a sua vida, ajudando você a crescer como filho ou filha de Deus. Grande abraço! =) 

    

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

O Cristão Peter Pan


"Leite vos dei a beber, não vos dei alimento sólido; porque ainda não podíeis suportá-lo. Nem ainda agora podeis, porque ainda sois carnais". (1 Coríntios 3:2)

Existe uma síndrome psicológica muito conhecida, que foi bem divulgada a partir da década de 80, chamada síndrome de Peter Pan.

A síndrome é assim chamada em referencia ao personagem fictício Peter Pan, que vive na terra do nunca e tem o desejo de permanecer criança para sempre, rejeitando a ideia de um dia virar um adulto.
O livro bastante conhecido e que ajudou na divulgação desta síndrome se chama "Síndrome do homem que nunca cresce", e foi escrito pelo Dr. Dan Kiley, e relata que muitas pessoas possuem este tipo de comportamento na vida real, o que o médico e escritor considerou em casos com essa e outras características, uma síndrome psicológica.

Diagnósticos médicos a parte, é certo que muitas pessoas carregam essa característica em suas vidas espirituais!
Em todas as áreas da vida, todo inicio de ciclo pode ser comparado com os primeiros passos de um recém nascido, ilustração usada por Paulo na passagem mencionada no início do texto. Assim também acontece com nossa caminhada cristã. Começamos a nos relacionar com Deus recebendo "leite espiritual", e passamos a nos alimentar de "alimento sólido" de acordo com o nosso desenvolvimento.

O problema é que muitos não saem do básico, se contentam com a papinha, e não buscam crescer na experiência cristã, como nos ordena o texto que está em 2 Pedro 3:18, que diz:

"Antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo."

Muitos entendem que o batismo é a conclusão, a formatura do cristão: -Bom, eu já estudei e conheço o básico da doutrina, já cumpri o meu dever.

Ouvi a pouco tempo uma frase que muito me impactou:

"Batismo não é a sua formatura, batismo é a sua matrícula".

Creio que seja necessário revermos estes valores, e pedir a orientação e o poder de Deus para nos ajudar a seguir em frente, a não permanecermos estacionados e acomodados.

A dinâmica do Reino é: Sempre em frente. Não parar. Jamais retroceder!

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Dica de Leitura 04

Oi para todos os que visitam e apreciam o conteúdo deste blog! Já fazia alguns meses que eu não postava nada por aqui. Quero me desculpar pela ausência de postagens, tenho estado envolvido em muitos projetos bacanas e muitas tarefas que tem tomado todo o meu tempo. Mas não desisti deste projeto, e sempre que puder postarei aqui os conteúdos que julgo serem uteis para a minha vida e para a vida de vocês. Tenho um desejo desenfreado de ajudar as pessoas ao meu redor, de edificar, de motivar, de acrescentar conhecimento em suas vidas, e espero humildemente que esse desejo esteja se realizando através deste espaço! 

Bom, hoje quero compartilhar uma dica de leitura de um livro muito bom que terminei de ler nestes últimos dias.

A Oração de Jabez, de Bruce Wilkinson é, sem duvida, um dos melhores livros que li nos últimos anos! O livro, assim como já sugere o título, traz uma reflexão profunda, mas ao mesmo tempo simples e prática sobre a pequena oração feita por Jabez, que pode ser encontrada em 1 Cronicas 4:9,10. Bruce, o autor do livro, nos desafia a fazer a mesma destemida oração proferida por Jabez, e nos mostra nas paginas do livro, quais serão as bençãos alcançadas por meio dessa atitude. Uma leitura muito boa e motivadora!

A oração de Jabez é um livro publicado pela Editora Mundo Cristão, e tem cerca de 100 páginas. 

Então é isso, fica a dica! =) 

terça-feira, 19 de maio de 2015

Fuja dos Precipícios


Certa vez, um homem rico anunciou uma vaga de emprego em um jornal, que dizia:

Procura-se motorista particular. Aos interessados, comparecer no endereço e dia indicados abaixo.

No dia marcado para a entrevista, três motoristas apareceram para tentar a vaga. O homem rico, chamando um por um em seu escritório, explicou a situação:

- Preciso de um motorista particular para levar meus filhos a escola. O único problema é o caminho para se chegar até lá, pois é preciso dirigir alguns quilômetros a beira de um precipício. Então, o homem rico perguntou ao primeiro candidato:

- Quero saber, a quantos metros você consegue dirigir sem deixar o carro cair no precipício?

O primeiro candidato então responde: - Sou um excelente motorista, e por isso, garanto que consigo dirigir a 1 metro do precipício sem correr nenhum risco!

O homem rico então faz a mesma pergunta ao segundo motorista, que respondeu: - Já tive desafios maiores, garanto que dirijo a 50 centímetros com total segurança!

Finalmente, o homem rico pergunta ao terceiro motorista, e este respondeu: - Olha, dirijo a mais de 30 anos, mas se existe um precipício no caminho, então vou procurar passar o mais longe possível!

O homem rico então, dispensando os dois primeiros motoristas, contratou o terceiro motorista para levar seus filhos para a escola.

Na nossa vida espiritual, não podemos cair no erro de pensar que o mais forte é aquele que enfrenta o pecado e o vence. Na verdade, o mais forte é aquele que evita a batalha contra o mal, vencendo a tentação mesmo antes dela aparecer.

"Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca". (Mateus 26:41)

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Jesus e a Manada de Porcos


A história da cura do endemoninhado geraseno é recheada de lindas lições espirituais, mas eu gostaria de, nessa postagem, me ater a uma linda lição que geralmente é pouco compreendida. Para isso, entre os três evangelhos que narram à história, eu vou utilizar o relato escrito por Lucas. Para contextualizar, sugiro que você leia a história a partir do versículo 26 até o versículo 39. Mas faremos uma analise de apenas dois versos:

“Ora, andava ali, pastando no monte, uma grande manada de porcos; rogaram-lhe que lhes permitisse entrar naqueles porcos. E Jesus o permitiu. Tendo os demônios saído do homem, entraram nos porcos, e a manada precipitou-se despenhadeiro abaixo, para dentro do lago, e se afogou”.  (Lucas 8:32 e 33)

O ponto em questão é o porquê Jesus permitiu que os demônios entrassem nos porcos, e porque Jesus permitiu que estes porcos se jogassem para dentro do lago e se afogassem?

O primeiro ponto, como bem cita o comentário da Bíblia de Estudos de Genebra na página 1289, é que a terra dos gerasenos, local onde ocorreram os fatos, era uma terra pagã. Isso já nos ajuda a entender que Jesus não teve intenção de repreender aquele povo por estarem cuidando de porcos, já que na lei é proibido consumir e até mesmo tocar na carne deste animal (Levíticos 11:7,8). Neste caso em especifico, Jesus não os repreendeu por criarem porcos justamente porque este era um povo pagão, que não tinha o conhecimento das reivindicações divinas, e Deus não leva em conta o tempo da ignorância.

Mas então, qual foi o objetivo de Jesus em dar tal permissão aos demônios? Ellen G. White, inspirada pelo Espírito Santo, responde esta questão:

“Fora por misericórdia para com os donos desses animais, que Jesus permitira lhes sobreviesse o prejuízo. Achavam-se absorvidos em coisas terrestres, e não se importavam com os grandes interesses da vida espiritual. Cristo desejava quebrar o encanto da indiferença egoísta, a fim de Lhe poderem aceitar a graça”. (O Desejado de Todas as Nações, pág.338)


E aqui podemos tirar uma lição preciosa para nossas vidas. Às vezes Deus permite certas “perdas” em nossas vidas para ganhos muito maiores! Quando não estivermos enxergando bem alguma situação, quando não estivermos vendo o perigo que corremos por seguir em certo caminho, talvez o Senhor, em Sua infinita misericórdia, permita que você perca o que for necessário para que você enxergue o caminho que leva a vida. E você, será que precisa perder algo em sua vida que esteja te atrapalhando de alcançar coisas maiores? Deixe Jesus mostrar o caminho, e aceite aquilo que Ele quiser colocar ou tirar de sua vida. Acredite, Ele sabe o que é melhor para você! 

domingo, 5 de abril de 2015

O simbolismo por trás dos presentes dos Magos do Oriente


O nascimento de Jesus foi marcado por uma série de importantes acontecimentos, e um destes acontecimentos foi a visita dos magos do oriente. Essa visita é registrada apenas no evangelho de Mateus, no capítulo 2, dos versos 1 ao 12.

Apesar de, na maioria das traduções encontrarmos os termos “magos do oriente”, devemos entender que não eram magos no sentido que entendemos dessa palavra hoje em dia. O termo vem do grego “Mágoi”, palavra empregada para designar as diversas classes cultas. Os “mágoi” eram os filósofos, conselheiros do reino e instruídos em toda a sabedoria. (1)

Mas eu gostaria de ressaltar algo no texto que dificilmente percebemos com uma leitura superficial: o simbolismo por trás dos presentes entregues pelos magos a Jesus.

“Entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se, o adoraram; e, abrindo os seus tesouros, entregaram-lhe suas ofertas: ouro, incenso e mirra”. (Mateus 2:11)

O texto diz que estes magos do Oriente ofertaram ouro, incenso e mirra á Jesus, e estes eram os artigos mais valiosos, transportáveis, e comerciáveis da época (2). E agora, vejamos o simbolismo de cada um destes presentes:

Ouro – Este era um presente para os reis. Sendo assim, os magos reconheceram a Jesus como Rei de suas vidas. (3)
Incenso – O incenso era um presenta para um sacerdote. Os magos reconheceram a Jesus como Seu intercessor, o reconhecendo como o Elo que liga Deus com a humanidade. (3)
Mirra – Mirra era um perfume usado para embalsamar o corpo de um morto. Eles reconheceram a Jesus como o sacrifício, como o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. (3)

Aqui, em apenas um verso, está registrado a síntese de quem é Jesus Cristo: O Criador, Senhor, Salvador e Intercessor da raça humana. Que essa seja uma realidade para você, e que você permita que Jesus seja tudo isso em sua vida!

Fontes:
1 - (Comentário Bíblico Adventista – vol. 05, pág.281 - *versão em espanhol).
2 - (Bíblia de Estudo Arqueológica NVI – Editora Vida – pág. 1561).
3 - (Mark Finley – Sobre a Rocha, p.362); (Comentário Bíblico Adventista – vol. 05, pág.284 - *versão em espanhol); (Bíblia de Estudo de Genebra, pág. 1231).